quinta-feira, novembro 30, 2006

PONTO-ESPAÇO


Ponto-Espaço, que é o mesmo que dizer ponto-parágrafo, só que de forma muito mais inteligente. Porque na vida não há pontos finais e nem sempre os pontos marcam o inicio de um novo parágrafo, mas sim de um novo espaço.

Quer isto dizer que a seguir a um ponto há sempre espaço para mais alguma coisa. Portanto, nada mais inteligente que ponto-espaço, como muito bem diz P., a minha irmã mais nova.

Tenho estado num ponto. Vou agora avançar para um espaço. Náo sei se melhor, se pior - simplesmente um novo espaço.

Este onde estou já não me aguenta, e por vezes sinto que já não sou eu capaz de o aguentar a ele também.

No entanto, já aqui o disse, e repito: momentos há, em que pelo contrário, me sinto capaz de carregar o mundo inteiro nos ombros e, na minha caminhada, ainda perguntar aos restantes “porque me olham vocês?”.

É como ter o ponteiro da gasolina avariado – sempre a indicar meio depósito e afinal estar já no final da reserva - e ser preciso o carro parar de vez para o entender.

quarta-feira, novembro 29, 2006

Apanhados da televisão portuguesa - 1/8 (TVI)

Espero que se riam tanto como eu ao ver isto.

terça-feira, novembro 28, 2006

STRESS . . . OU TALVEZ NÃO

Amanhã vou ser avaliada, mais uma vez. E do resultado dessa avaliação dependerá o curso da minha vida, ou pelo menos a forma como vou entrar no novo ano.

É espantoso de repente ver-me assim: a justificar o óbvio a duas pessoas que nunca antes me viram e esperar delas uma decisão que afecta o curso da minha vida, seja qual for a decisão tomada.

Mas depois de muito me preocupar, e até projectar hipotéticos cenários, acho que hoje consegui finalmente alcançar a (já famosa) tranquilidade e pensar: Podes fazer alguma coisa? Não - Então relaxa.

Venham eles!

O LUGAR DOS OUTROS

É muito fácil comentar a vida dos outros e as suas opções. Dificil mesmo é tomar o seu lugar para perceber o que faríamos nós se estivéssemos na pele do outro.

E desenganem-se aqueles que julgam que o chamado “coscuvilhanço” e maledicência são exercícios exclusivos de mulheres.

Se alguma vez o foram, isso deixou de ser verdade há muito tempo . . . Por todo o lado encontramos corações empobrecidos com línguas viperinas, que com o aparente propósito de manter uma conversa, aproveitam uma piadinha sobre um qualquer desgraçado apenas para desviar as atenções das suas próprias falhas. Este tipo de conduta é aliás prática corrente na maior parte das empresas, onde a competitividade é cada vez mais feroz. Mas isso será tema para outro post.

Eu sei que ao dizer isto já estou a dizer mal, mas como hoje foi dia de meditação, prometo que vou tentar fazer o exercicio abaixo, deixando aqui o desafio para que também voçês o façam:

Por um dia
NÃO CRITIQUES
NÃO JULGUES
NÃO SINTAS PENA DE TI

Acreditem que não é tão fácil quanto parece, e a minha experiência ensinou-me que é muito mais fácil fazer hora a hora, e ir prolongando ao longo do dia. Os locais recomendados são no trabalho com o chefe, com os colegas (aqueles mais irritantes), em casa com o marido, com a mulher, com os filhos, com a sogra, com os amigos, com os vizinhos, mas sobretudo com todos aqueles de quem não gostamos, seja lá porque motivo for.

Depois digam-me como correu, OK?

segunda-feira, novembro 27, 2006

SOMANDO VITÓRIAS

Ora aí está mais uma bela semana.

Sporting 1 - Outros 0

Também é preciso dizer que os camarões do Tio G com a "marionese" caseira ajudaram ao golo... mas o que interessa é sempre o resultado. E mai nada!

domingo, novembro 26, 2006

A IMPORTÂNCIA DO SENTIDO DE HUMOR

O sentido de humor continua a ser uma das qualidades que eu mais admiro em qualquer ser humano.

Para começar, rir faz bem a tudo, e apesar de fazer rugas eu prefiro ter rugas de riso do que de choro, que também faz rugas e enristece o olhar.

Quem tem um natural sentido de humor, consegue estar bem em qualquer parte do mundo sem se deixar afectar pelas circunstâncias, por piores que elas sejam.

A boa disposição, quando é inata, resolve por si só os mais variados problemas e evita outros tantos.

Mas também há quem tenha o chamado sentido de humor “adquirido”, que são aquelas pessoas que percebendo o poder de uma boa piada na altura certa, treinam o seu comportamento nesse sentido, com maior ou menor sucesso.

E, naturalmente, há aqueles para quem nada tem piada. Incapazes de ter graça, também se mostram indiferentes ao sentido de humor alheio, por mais elaborado ou básico que o mesmo seja.

Agora, mau mesmo, são aqueles que não tendo piada nenhuma, acreditam sozinhos, que são capazes de fazer rir toda a gente, e insistem até à náusea em piadas de que toda a gente quer fugir. É o sentido de humor “forçado”, que acaba inevitavelmente em desastre.

Já me disseram que no Oriente se acredita que as pessoas que riem muito têm normalmente problemas de coração. Talvez seja verdade, mas eu continuo a preferir a companhia daqueles que não dispensam uma boa gargalhada.

Aliás, acredito mesmo que dá uma prova de grande inteligência aquele que é capaz de se rir de si próprio e das suas próprias fragilidades.

E a acreditar num estudo recente de uma qualquer universidade americana, o sentido de humor é a qualidade que as mulheres mais apreciam na escolha de um parceiro. Portanto, homens, não se esqueçam de sorrir.

sábado, novembro 25, 2006

PRIOR DE TRANCOSO, O “POVOADOR”

Recebi o texto abaixo por e-mail, e mesmo não podendo garantir a veracidade do mesmo, não resisti a colocá-lo aqui, com uma ilustração cujo autor desconheço.


“Grande povoador do Reinado de D. João II, em 1487.
Do Arquivo Nacional da Torre do Tombo

SENTENÇA PROFERIDA EM 1487 NO PROCESSO CONTRA O PRIOR DE TRANCOSO
(Autos arquivados na Torre do Tombo, armário 5, maço7)

"Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi argüido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos; de cinco irmãs teve dezoito filhas; de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas; de sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas; de duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas, da própria mãe teve dois filhos. Total: duzentos e noventa e nove, sendo duzentos e catorze do sexo feminino e oitenta e cinco do sexo masculino, tendo concebido em cinqüenta e três mulheres".

[agora vem o melhor:]

"El-Rei D. João II lhe perdoou a morte e o mandou por em liberdade aos dezessete dias do mês de Março de 1487, com o fundamento de ajudar a povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo e guardar no Real Arquivo esta sentença, devassa e mais papéis que formaram o processo".”

quinta-feira, novembro 23, 2006

O QUE É O FREE JAZZ?

“Alguém sabe o que é o Free Jazz?”


“É o Jazz grátis” responderam vários, quase em simultâneo - risota geral dos mais velhos, onde eu, neste caso necessária e infelizmente, me incluo.

Passo a explicar: A dupla Pedro Costa / Rodrigo Amado foi hoje dar uma aula sobre música jazz a duas turmas de uma escola primária no Seixal. (Agora parece que até já nem se chama primária, mas primeiro ou segundo ciclo, ou qualquer coisa parecida, que se me escapa, e que de resto, também nem interessa para o assunto…)

A pergunta foi apenas uma de várias que os dois “stôres” fizeram no decorrer da sessão que eu tive o privilégio de presenciar.

E garanto-vos que foi mesmo um privilégio. Primeiro, porque as explicações foram tão bem dadas, e de forma tão dinâmica e simples que passei a compreender muito melhor o jazz. Segundo, porque percebi que aquelas crianças todas saíram da sala de aula com um gosto renovado para a música em geral, e esse gosto poderá durar-lhes uma vida inteira.

Saí de lá a pensar “quem me dera ter tido uma aula destas quando tinha a idade deles”.



Talvez muitos nunca percebam a sorte que tiveram, nem nunca mais se lembrem daquela lição de música tão animada. Por isso, daqui a alguns anos, raros se poderão gabar de ter tido só para si aquilo que ali vi hoje.

Apeteceu-me tanto fazer perguntas . . . mas aguentei-me e só fiz uma - Quis saber como se chamava a mulher que não podendo ser cantora de jazz, se disfarçou de homem para o conseguir? E não é que o “stôr” Pedro Costa tinha a resposta na ponta da língua???? De tal maneira fiquei embasbacada, que já nem me lembro do nome - de homem - que a mulher usou.

Uma das primeiras perguntas que eles fizeram logo no inicio da aula foi quem sabia dizer que instrumentos se usam no jazz? Vergonha das vergonhas – todas as crianças conseguiram dizer mais instrumentos do que eu, que só me lembrava do instrumento “pequenino” – sim, esse . . . o violoncelo!

A segunda parte foi prática e todos puderam experimentar tocar vários instrumentos com o apoio do saxofone do “Stôr” Rodrigo Amado e das instruções firmes do “stôr” Pedro.

Ali se provou que o jazz pode ser muito mais que “chinfrineira”, não deixando de ser de improviso.

Gostei tanto da aula que só pensava que eles podiam e deviam estar a dar aquelas explicaçoes também nas Universidades. O que aqueles dois ali fizeram foi um verdadeiro concerto de paixões – o que estimula a criatividade e apura o ouvido! – logo, precioso auxiliar para o estudo - seja ele sobre que matéria for.


Puseram uma música a tocar e antes disseram: “Vão agora ouvir a Ella Fitzgerald a cantar com o Louis Armstrong … talvez até conheçam….”. “ahhhh, siiim, é da Danone!”, “… não sei se já havia iogurtes nesse tempo ... mas não faz mal!” dizem resignados os “stôres”.

Eu digo: BRAVO!!! (como nos velhos tempos) aos dois excelentes professores e a quem os convidou. Neste caso, a Câmara do Seixal.

Da próxima vez que eles derem uma aula, eu aviso-vos antes para que possam ir lá espreitar.

terça-feira, novembro 21, 2006

VIAGEM DE TÁXI


"at the center of your being you have the answer; you know who you are and you know what you want." Lau Tzu

Isto é tão verdade que assusta. E devia ser assim tão simples, não devia? Mas não é. Pelo menos para mim, não é.

Assusta-me perceber que se calhar ainda não sei muito bem o que quero. E, sendo assim, também não posso saber muito bem quem sou.

No fundo, quem não sabe o que quer da vida arrisca-se a fazer uma viagem para a qual não está preparado. É como entrar num táxi e não sabendo o que dizer ao condutor, dizer simplesmente: “Olhe, vá andando e eu logo lhe digo quando parar….” E ele vai andando, mas só pára quando e onde a sua própria vontade lhe fala.

Será que alguém está preparado para isso? E se ele pára bem no meio do nosso pior pesadelo?

Sinto que entrei num táxi que mandei parar bruscamente, no meio da rua. Entrei e não disse rigorosamente nada. O condutor nada me perguntou, e de repente, quando eu menos esperava, parou.

“Ande, homem . . . ‘tá doido? Olhe que eu estou atrasadíssima! (como sempre, aliás)”. E ele nada disse. Simplesmente desligou o motor, encostou a cabeça para trás, e adormeceu.

Tenho tentado encontrar o meu centro, desde essa paragem. E tem servido para muitas coisas boas. Se o condutor do meu táxi não tivesse parado, eu não teria tido nem o tempo nem a disposição para (sequer) perceber tudo aquilo que me rodeia.

Mas eu tive sorte, que o homem era boa pessoa. Outro qualquer podia ter-me largado num local de onde eu jamais pudesse saír . . .

Quero agora apanhar um novo táxi e dizer ao condutor exactamente para onde ir. Falta-me apenas descobrir quem sou e o que quero realmente. Parece fácil, não parece?

segunda-feira, novembro 20, 2006

MEMÓRIAS ANTIGAS


Um dia, há alguns anos atrás, uma amiga minha disse-me assim: “tu nunca tiveste muita sorte com os amigos . . . foste sempre mais amiga deles do que eles de ti”.

Com o ego em riste, a que a idade também obrigava, respondi-lhe que não era bem assim.

Que às vezes, as pessoas eram levadas a determinados comportamentos por motivos vários, e nem por isso os seus sentimentos eram menos nobres.

Na altura, a questão era bem séria, e tinha que ver com um segredo que fora confiado apenas a mim e a outra pessoa – um homem, também meu amigo.

A frase que ela então me dirigiu está hoje completamente desadequada e disso vos falarei noutra ocasião - Porque se impõe!

domingo, novembro 19, 2006

CONSELHOS DE UMA “SENHORA LOURA”


“If you really love someone, let it go. If it’s yours, it will come back. If it doesn’t, it never was.”.

Não posso dizer-vos onde fui buscar isto, apenas digo que é parte da letra de uma música conhecida. Mas eu só guardo esta passagem na memória porque alguém que me é muito querido a guardou no coração - e eu nunca mais me esqueci.

Passei-a já a uma linda menina apaixonada para que ela deixasse a vida correr. E espero sinceramente que ela o consiga fazer.

Engraçado . . . de repente dou comigo a dar conselhos a uma linda menina apaixonada, o que faz de mim uma “senhora”, daquelas que sabem tudo da vida! Uma velha tia com alguma sapiência que, ponderadamente, partilha a sua vivência com os mais novos - revendo-se neles, apaixonadamente.

Talvez eu não seja já mais do que isso aos olhos de outros, mas garanto-vos que não é nada disso que eu vejo na imagem que o meu espelho interior me devolve. Nós temos mesmo a idade que a nossa cabeça entende que temos, e não mais do que essa.

Como o meu querido amigo PC disse um dia: “... até parece que nós temos mais do que 17 anos...?!! é que nós nunca passámos daí . . .” E ele tem tanta razão!!

sábado, novembro 18, 2006

TRÊS FILMES PARA O FIM DE SEMANA

A RESPOSTA POPULAR À NOVA TAXA DE INTERNAMENTO

NOVO INTERNAMENTO HOSPITALAR

AUMENTO IRS PARA DEFICIENTES

Este foi feito para alguém que eu conheço....

sexta-feira, novembro 17, 2006

ALMAS GÉMEAS

Há alturas em que nos sentimos tão bem e tão seguros de nós próprios, que do “topo do mundo” em que por instantes parámos, olhamos em redor e temos a mais absoluta certeza que nada nos poderá afectar.

Outras alturas há em que nos sentimos tão vulneráveis, que até o tom de voz com que alguém se nos dirige é suficente para abalar verdadeiramente toda a nossa estrutura fisica, mental e emocional.

Talvez os verdadeiros amigos se reconheçam por entre aqueles capazes de distinguir em nós esses dois estados de alma. Mas mais do que isso talvez sejam aqueles que, capazes de o compreender, conseguem responder adequadamente a cada um desses momentos.

Mas talvez isso seja esperar demasiado de nós próprios. Sim, porque convém não esquecer que também nós somos amigos de alguém. E portanto, se acreditamos que é esse discernimento e sensibilidade que faz um bom amigo, então são essas as caracteristicas que temos que procurar em nós, relativamente aos outros, para procurar saber se somos, ou não, bons amigos.

O problema coloca-se (ou não – dependendo do sentido de humor), quando entre nós e os outros a sintonia é de tal forma perfeita que os estados de alma se encontram amiúde.

É o drama das almas gémeas. Quando um está triste entram os dois em depressão. Quando um está feliz estão os dois eufóricos. Porque a energia que passa entre os dois é tão semelhante que duplica de intensidade.

Foi um velho amor que me ensinou isto. Um dia fizemos um acordo – quando um estivesse triste, deprimido ou à beira de um ataque de nervos, o outro teria que fazer um esforço por estar alegre, bem disposto e com a maior calma do mundo. E a verdade é que isso nos ensinou a prestar maior atenção ao outro e nunca mais tivemos uma discussão. O relacionamento acabou por outros motivos que não a forma como interagíamos, e por isso, depois de nos amarmos de paixão, e de nos separarmos em sofrimento, ainda hoje somos amigos. E dos bons.

quinta-feira, novembro 16, 2006

"AS FRONTEIRAS DA COBIÇA"


Estou tão feliz pela Filipa Sousa.

Hoje foi o lançamento do seu quarto romance - primeiro romance histórico - "As Fronteiras da Cobiça" que, conforme consta na capa é "um romance inspirado na primeira expedição de Serpa Pinto à Àfrica Austral, em 1877".

Estou mesmo feliz por nos termos reencontrado, ao fim de tantos anos, mesmo a tempo de eu poder assistir ao lançamento deste seu romance.

Do fundo do coração, desejo-lhe o maior sucesso. Ela merece. A Filipa Sousa preserva o mesmo ar de menina, que lhe conheci há alguns anos. Aquele sorriso enorme é capaz de meter o mundo inteiro lá dentro.

Estava tudo tão bonito - o espaço formidável, a música linda (de "Àfrica Minha"), os empregados vestidos à época e a autora muito elegante, como sempre.

Tirei-lhe mais de cem fotografias, mas foi como se não tivesse lá estado já que não apareço em nenhuma... o que vale é que ela me autografou o livro (em último lugar como se faz a tudo quanto é muito especial) e nele escreveu "Para a minha Teresa ..." e justificou "sim, porque tu és a minha Teresa" e eu respondi-lhe "pois sou.. escreve lá o que quiseres".

Agora tenho que ir. Peço desculpa, mas estou desejosa de ler o livro. Quando acabar de o ler, logo vos darei conta das minhas impressões.

Até lá, toca a comprar o livro da Filipa Sousa "As Fronteiras da Cobiça" da Texto Editora.

quarta-feira, novembro 15, 2006

NÓS É QUE CONTROLAMOS O JOSÉ SÓCRATES

PÁSSARO NEGRO

Pela janela, enquanto escrevo,
Ouço o pássaro negro
que numa noite sem lua
me cumprimenta. Todas a noites.
Sempre.

Conta-me histórias de vida
Que, em vão, eu procuro compreender.
De uma vida, que segundo ele,
Não foi melhor do que a minha.
Conta-me as mesmas histórias.
Sempre.

Olá pássaro negro, o que me queres dizer?
Mas de lá, tudo o que tenho
São as mesmas histórias negras
Que não quero compreender.
E ele repete, cantando
Sempre.

Ah, meu amigo pássaro negro,
Pudesses tu compreender,
E eu, da minha vida, te contaria
Muito mais com que sofrer.
Ouve-me, baixinho,
Sempre.

Pela janela, enquanto escrevo,
Ainda ouço o pássaro negro
que numa noite sem lua
me cumprimenta. Todas as noites.
Sempre.

terça-feira, novembro 14, 2006

MEDITAÇÃO


A seguir a uma aula de meditação, pareceu-me apropriado:

“Cada um está onde a sua atenção o leva,
Cada um é a sua atenção.
Quem tem a atenção fragmentada está fragmentado.
Quem tem a atenção no passado está no passado.
Quem tem a atenção projectada no futuro, está na ilusão.
Quem tem a sua atenção no presente, está na presença da Energia, do Deus em que acredita.”
Carlos Campos

segunda-feira, novembro 13, 2006

MONOS, MUDANÇAS E MOMENTOS

De repente está tudo errado.

A mulher certa anda com o homem errado, e o homem ideal anda com uma mulher que nada acrescenta. Falo de (in)compatibilidades, de uns serem àgua, outros vinho, como se diz na provincia - e bem. Falo de “monos”. E é engraçado percebermos que, por vezes, podemos ser enganados pela primeira impressão, e estamos a olhar para o “mono” errado.

Mas afinal, o que é que está bem e o que é que está mal, quando falamos de relacionamentos?


De repente está tudo muito errado.

No trabalho, os companheiros degladiam-se a cada hora para ver quem chega primeiro e ver quem ganha. Quem ganha o quê? Um lugar acima do vizinho do lado, um lugar mais perto do chefe, um aumento de ordenado, um estatuto diferente na hierarquia, e por aí fora. Há sempre a ilusão de que as coisas vão mudar para melhor. E por vezes mudam mesmo. Mas essa não é a regra. A mudança tem sempre que ser feita por e em nós. Olhando para trás, perguntamo-nos se valeu a pena, só que o problema é que a resposta vem quase sempre primeiro que a pergunta. E nem sempre nos agrada.


De repente está tudo mesmo muito errado.

Quando nos sentamos a falar connosco e descobrimos que afinal até temos resposta para o que sempre procurámos. E então porque é que não agimos antes? Porque é que esperámos tanto tempo? “Porque tudo acontece no momento certo. Nem antes, nem depois”, como diz alguém que eu conheço.

domingo, novembro 12, 2006

ENTREVISTA A ALBERTO JOÃO JARDIM

O filme abaixo é um momento de humor muito bem conseguido. Embora tenha uma duração mais longa do que é aconselhável (2 min e 47 seg.) vale mesmo a pena ver. Eu chorei a rir.

sábado, novembro 11, 2006

SEXTA-FEIRA EM (NO) BELEZA


Ah, pois dancei!

Era suposto ser um grupo maior, mas como é normal nestas coisas, não faltaram justificações. Só faltaram as pessoas (“propriamente ditas”).

Sobrámos cinco. Dois casais e eu. Devo dizer que não teve grande importância. O “B.Leza” é um daqueles sitios onde não nos sentimos sozinhos. Porque é tal e qual um baile de aldeia. Os rapazes tocam a rapariga no ombro e perguntam, com um gesto de cabeça, se quer dançar. E só o fazem depois de perceber qual é que está sem par.

Tudo se passa com muito respeito. Aos mais atrevidos, basta um gesto que os afaste para perceberem que não podem apertar tanto.

Escusado será dizer que eu fui a única que dancei com estranhos….

Mas foi muito engraçado. O primeiro percebeu o meu desconforto inicial e disse-me que eu “não devia ter vergonha, porque se estava ali era para dançar, caso contrário, mais valia nem ter lá ido”. Eu achei que ele tinha toda a razão. E a partir daí, só parei de dançar quando, efectivamente, já não me apeteceu dançar mais.

O pior de todos foi um “apressadinho” a quem tive que pedir para abrandar o passo, e o único a quem tive que literalmente empurrar por mais do que uma vez…

O melhor de todos foi o segundo com quem dancei, que ao fim de uns segundos me disse ao ouvido “Não nos encontrámos. STOP. Vamos recomeçar” .

Parámos, chegou-me mais para junto dele e recomeçámos. No mesmo ritmo, no mesmo compasso.

“Ah, agora já estamos a vencer a concorrência” disse ele. E estávamos.

Os restantes foram intermédios - mornos - nem bons nem maus. Não ficam para a história.

O que fica para a (minha) história é que querendo dançar, dancei. Muito e bem.

sexta-feira, novembro 10, 2006

FINALMENTE SEXTA-FEIRA


Sexta-feira - toca a festejar!!

quinta-feira, novembro 09, 2006

HÁ OU NÃO HÁ COINCIDÊNCIAS?


O que significa quando damos constantemente de caras com a mesma pessoa, sem que para isso tenhamos contribuído de alguma forma?

O que é que se passa com alguém, que sabendo pouco sobre os movimentos de outra pessoa, a encontra em locais diferentes e a horas e ambientes completamente inesperados?

O que devemos pensar quando esbarramos com essa pessoa à saída de um supermercado que visitamos pela primeira vez, e que por acaso até fica a 20 km do local de residência de qualquer um dos envolvidos? Porque é que essa há-de ser a primeira pessoa que vemos à entrada de um cinema para ver um filme que nunca pensaríamos ser do seu agrado?

Porque é que a vemos em todo o lado, a qualquer hora e em qualquer local? Que explicação há para este tipo de situações? É mesmo verdade que não há coincidências, ou somos nós que atraímos, de alguma forma, estes encontros? Ou será que há mesmo coincidências (do arco-da-velha, digo eu)?


(Eu avisei que isto era um espaço para devaneios….)

quarta-feira, novembro 08, 2006

LURA DANÇA COM DANIELA








Para que não subsistam quaisquer dúvidas em como a Lura dançou em palco com uma profissional (tal como referido no devaneio anterior), aqui vos mostro as provas irrefutáveis gentilmente enviadas pela própria Daniela.

Ah, pois, quem teve dúvidas . . . agora está a roer-se de inveja, não é?




MÚSICA DE CABO VERDE


Acabo de chegar do concerto da Lura, no Tivoli, e só me apetece dançar.

Este foi o concerto de promoção do seu novo disco "M'bem Di Fora", mas independentemente das músicas, o que trago comigo é que a Lura é ainda mais impressionante ao vivo, com uma presença em palco que transmite simultaneamente candura e garra.

Adorei o espetáculo e estava capaz de dançar até o sol nascer outra vez ou até cair para o lado.

Razão tinha a Daniela (que assitiu a outro espetáculo da Lura ao vivo e até jura que acabou a dançar com ela no palco), quando disse que esperava que as cadeiras pudessem dar lugar à dança...

E isso acabou por acontecer, mas só lá para o fim do concerto. É que já estava a ser um verdadeiro suplício tentar reprimir por mais tempo as vibrações que emanavam do palco, e a maior parte das pessoas levantou-se e dançou no pequeno espaço que lhe cabia, em frente da cadeira. Mas aquela música convida a libertar os movimentos, e espaços pequenos não são os mais apropriados. Por isso é que ainda me apetece dançar!

Faltou apenas "So un cartinha".

PS: eu fiz um filme pequenino com a minha máquina fotográfica mas tem 58Mb e eu ainda não sei como fazer para reduzir filmes. Vou esperar que o meu amigo Luis Filipe regresse de viagem para tratar desse assunto e quando estiver resolvido, partilho convosco.

terça-feira, novembro 07, 2006

AFINAL “LAGARTOS” NÃO É NADA CARINHOSO


Ontem fui assistir ao jogo entre o Sporting e o Sporting de Braga, que para minha satisfação e dos meus acompanhantes, terminou com a vitória do Sporting por 3-0.

É verdade que desses, dois foram auto-golos… mas também é verdade que, neste caso (como em muitos outros), o que interessa e fica para história é o resultado final.

Bom, o triste foi ter descoberto por um dos meus amigos de sempre, que, tal como eu (e em parte por sua responsabilidade) é sócio do Sporting, o termo “lagartos” não deve ser usado por verdadeiros LEÕES!

“Isso é o que os lampiões nos chamam a nós…!!!” disse-me ele.

E eu respondi-lhe, com alguma incredulidade, que sempre associei os lagartos a uns bichos simpáticos, e que para mim, isso era apenas um termo carinhoso “Não” diz-me ele “o termo é pejorativo!”.. As rivalidades entre cores futebolisticas e o ponto a que as pessoas se conseguem exaltar a ver um jogo foi um assunto que sempre me fascinou, e sinceramente, dá-me muita vontade de rir.

Mas saber que “lagartos” é usado apenas pejorativamente é quase como saber que afinal não há Pai Natal nenhum…. É que os lagartos (tal como o Pai Natal, respeitadas as devidas diferenças) não fazem mal a ninguém.

Apenas gostam de apanhar sol e passear o seu corpo esguio e atlético por entre a paisagem.

Fiquei triste, e que me desculpem os sócios dos restantes clubes, mas para mim “lagartos”, ainda que dito com intenção de ofender, há-de ser sempre interpretado carinhosamente. Até porque cada um vê o mundo com os seus próprios olhos, não é?

segunda-feira, novembro 06, 2006

DANÇAS DO SUL DA INDIA

Este fim de semana participei num workshop de dança indiana. "Do Sul da India" disse-me a minha irmã do meio. Imaginei que fosse uma coisa simples, que não "puxasse" muito pelo fisico, e como dançar é sempre bom, lá fomos as duas.

Descobri que não é mesmo nada simples, e o exercicio é tão exigente que estou com a sensação de ter sido atropelada por um camião TIR, daqueles que têm vários eixos e pneus que nunca mais acabam.

Para os que já estão para aí a chamar-me de "menina", deixo-vos um filmezito que ilustra um bocadinho aquilo de que estou a falar. Quando terminarem de ver o filme, tentem fazer o mesmo, OK?

Odissi indian dance

domingo, novembro 05, 2006

RECOMEÇO

Com a certeza de impressionar, perguntei hoje ao Nuno, meu sobrinho mais novo "já viste o meu blogue?" "Yah . . . mas porque é que não usaste o blogger? é que é muito mais fixe . . ."!!!

Não precisou de me dizer que o motivo do meu orgulho era a coisa mais banal do momento, e que ainda assim, eu tinha conseguido fazê-lo mal!

E eu resolvi não lhe dizer que aquilo tinha sido para mim um feito tal, que nem eu sei bem como o fiz. Aliás, só percebi que estava a escrever para fora do meu círculo de amigos, quando uma brasileira comentou uma fotografia que lá coloquei...

Posto isto, restou-me apenas procurar fazer melhor. Esta é, assim, uma nova tentativa de dar asas aos meus devaneios num instrumento de comunicação muito na moda - o blogue, que tantas e tão acesas polémicas tem levantado nos mais diversos círculos, algumas das quais eu segui com especial atenção.

PARABÉNS TREM AZUL


Parabéns a toda a equipa da Trem Azul Jazz Store Lisboa, que comemorou o seu segundo aniversário na 4ª feira, dia 31 de Outubro, véspera de feriado.

Não resisto a transcrever um comentário da minha velha amiga Filipa, que nessa noite conheceu a loja: "estou mesmo orgulhosa do Costa, a loja é linda". E eu não sei se respondi ou se apenas pensei: " é, a loja é linda, e também eu estou orgulhosa do Costa, mas não por causa da loja. Eu estou orgulhosa do Costa porque ele é das poucas pessoas que conheço que sempre soube o que queria fazer na vida".



Porque me lembro dele com 17 anos a trabalhar nas férias para ir a Londres comprar discos que Portugal ainda não podia oferecer. Hoje, vai comprar discos idênticos a Nova Yorque com o mesmo entusiasmo no olhar.

Parabéns Pedro Costa pela Trem Azul e pela Clean Feed e por trazeres cá os maiores do jazz, e por seres o primeiro português de jeito a organizar um festival de jazz em terras do Tio Sam. Mas acima de tudo, parabéns por nunca desistires do teu sonho, por mais dificeis que os caminhos possam muitas vezes ser.