PÁSSARO NEGRO
Pela janela, enquanto escrevo,
Ouço o pássaro negro
que numa noite sem lua
me cumprimenta. Todas a noites.
Sempre.
Conta-me histórias de vida
Que, em vão, eu procuro compreender.
De uma vida, que segundo ele,
Não foi melhor do que a minha.
Conta-me as mesmas histórias.
Sempre.
Olá pássaro negro, o que me queres dizer?
Mas de lá, tudo o que tenho
São as mesmas histórias negras
Que não quero compreender.
E ele repete, cantando
Sempre.
Ah, meu amigo pássaro negro,
Pudesses tu compreender,
E eu, da minha vida, te contaria
Muito mais com que sofrer.
Ouve-me, baixinho,
Sempre.
Pela janela, enquanto escrevo,
Ainda ouço o pássaro negro
que numa noite sem lua
me cumprimenta. Todas as noites.
Sempre.
2 Comentários:
preto como vazio, o negro do espaço sideral onde estão todas as energias criadoras, o que ainda não se manifestou.
Aleluia!!!
Eu é que tenho razão, pensa no que eu te disse ha alguns dias atrás...
Porque não publicares as tuas escritas?!?!!!
Pensa, pensa, mas não te atrazes...
Bjocs, MO
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