terça-feira, novembro 21, 2006

VIAGEM DE TÁXI


"at the center of your being you have the answer; you know who you are and you know what you want." Lau Tzu

Isto é tão verdade que assusta. E devia ser assim tão simples, não devia? Mas não é. Pelo menos para mim, não é.

Assusta-me perceber que se calhar ainda não sei muito bem o que quero. E, sendo assim, também não posso saber muito bem quem sou.

No fundo, quem não sabe o que quer da vida arrisca-se a fazer uma viagem para a qual não está preparado. É como entrar num táxi e não sabendo o que dizer ao condutor, dizer simplesmente: “Olhe, vá andando e eu logo lhe digo quando parar….” E ele vai andando, mas só pára quando e onde a sua própria vontade lhe fala.

Será que alguém está preparado para isso? E se ele pára bem no meio do nosso pior pesadelo?

Sinto que entrei num táxi que mandei parar bruscamente, no meio da rua. Entrei e não disse rigorosamente nada. O condutor nada me perguntou, e de repente, quando eu menos esperava, parou.

“Ande, homem . . . ‘tá doido? Olhe que eu estou atrasadíssima! (como sempre, aliás)”. E ele nada disse. Simplesmente desligou o motor, encostou a cabeça para trás, e adormeceu.

Tenho tentado encontrar o meu centro, desde essa paragem. E tem servido para muitas coisas boas. Se o condutor do meu táxi não tivesse parado, eu não teria tido nem o tempo nem a disposição para (sequer) perceber tudo aquilo que me rodeia.

Mas eu tive sorte, que o homem era boa pessoa. Outro qualquer podia ter-me largado num local de onde eu jamais pudesse saír . . .

Quero agora apanhar um novo táxi e dizer ao condutor exactamente para onde ir. Falta-me apenas descobrir quem sou e o que quero realmente. Parece fácil, não parece?

5 Comentários:

Às 1:37 da tarde, novembro 21, 2006 , Anonymous Anónimo disse...

Filha,

Isso dito assim não parece nada fácil...
Quem é que pode com certeza dizer que sabe por onde está a ir ?
Eu debato-me com essa questão muitas vezes. A que me assola agora é a questão de eu estar ou não na paragem certa. Estou com a sensação que tenho que deixar este país, ou pelo menos deixar a cidade. Mas não é fácil...
Estaremos a ficar velhos e a pensar demais ?
Quando tinha 20 anos não pensava em nada disto. Só nas miúdas, na música e no futebol. Olha que caraças !

PC

 
Às 9:09 da tarde, novembro 21, 2006 , Blogger Devaneante disse...

Filho,

Por nós os anos não passam!

Repara bem na foto. Para trás fica o caminho dificil. Daqui para a frente a estrada é do melhor que há!
Abreijos

 
Às 9:42 da tarde, novembro 21, 2006 , Anonymous Anónimo disse...

Pois eu acho que vamos sabendo o que não queremos, e isso já é um principio... Começa por listar o que definitivamente não queres, depois o que queres assim assim e por último imagina-te daqui a 2 anos... fecha os olhos e respira fundo. Onde estás? e como te sentes? se feliz, é nessa direcção que deves ir. Senão, fecha outra vez os olhos, respira ainda mais fundo pensa, transporta-te para o futuro e mais uma vez onde estás agora? este pode ser um bom exercicio para encontrares uma lista do que possivelmente queres... porque não tentas??

 
Às 11:34 da manhã, novembro 22, 2006 , Anonymous Anónimo disse...

a proposito destas questões do que somos e para onde vamos ou ainda na duvida de estarmos perdidos, há um projeto que se chama 101 coisas em 1001 dias, diz quem experimentou, que o facto de escrever-mos os desejos e de dar um prazo para os concretizar também é um método eficaz no conhecimento consciente do nosso caminho...
www.patriciamuller.com/101/
abraços

 
Às 11:51 da manhã, novembro 22, 2006 , Anonymous Anónimo disse...

Sister,
O percurso está cheio de surpresas mesmo que tenhamos a certeza da meta.
E por fim tudo passa...e crescemos mais um pouco.
beijos da Lu

 

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