segunda-feira, outubro 22, 2007

20 ANOS MAIS TARDE

É fantástico perceber que, na realidade, estamos todos na mesma.

As conversas surgem naturalmente, como se tivesse sido apenas ontem que fomos (mais uma vez) todos expulsos da sala por rirmos sem parar das piadas mais imbecis, por discussões inocentes sobre políticas incompreensíveis, por bocas imberbes sobre religião, por uns versos recitados no momento errado, ou mesmo porque uma luz se acendeu de repente!

Uns cabelos mais brancos que outros, alguns olhares cheios de mágoas, outros de alegrias. No fundinho da alma todos iguais.

Soube bem ouvir a Z dizer que “já não há turmas que nos marquem assim…” e foi especialmente divertido ver que a rapaziada mantém uma admiração especial (chamemos-lhe assim) por ela.

Concordo com o PC - os rapazes estão todos iguais. Já as raparigas… estão todas muito melhor!

Novo encontro marcado para dia 28 de Dez. Falta decidir o local, que tem que ser grande.

É claro que batemos palmas ao arroz, mas uma única vez. Se calhar já não estamos bem na mesma!
(Foto de David Sacks)

domingo, outubro 21, 2007

“IMPRESSÕES DO OESTE”

O Photographo inaugurou uma exposição de fotografias sobre a sua viagem à Austrália que estará patente na Biblioteca Orlando Ribeiro, em Telheiras, até ao próximo dia 24 de Novembro.

Dando continuidade ao blog (e por causa dele), “Impressões do Oeste” é, inevitavelmente, o nome da exposição. Quem acompanhou a viagem pela blogosfera, concordará comigo quando digo que é imperdível. Aos outros, tenho a dizer que o último a chegar é “eslema”!


Nota: Aqui fica cópia de um mapa que o Photographo retirou do Google, mas aviso já que não serve para muito, a não ser que se conheça Telheiras razoavelmente. A melhor maneira de lá chegar é parar e pedir ajuda ao primeiro transeunte com ar de morar por ali.

NEW YORK

Voltarei à viagem de Nova Yorque noutra altura. Sim, não quero que fiquem para aí a pensar que só lá fui comprar máquinas fotográficas…

Contei essa história primeiro porque aconteceu logo no primeiro dia. E depois o tempo fugiu de mim, desvairado, e recusou-se a dar-me tréguas para que conseguisse cá voltar contar o resto das histórias. Mas eu volto, de pirraça.

(Foto de Devaneante)

terça-feira, outubro 09, 2007

ASSÉDIOS

Assediei um homem. Descarada e publicamente. Só soube foi depois!

“por acaso tem cá máquinas fotográficas? Não me diga…” “ e baterias tem? A que preço? Veja lá quanto custariam mais uns cartões de memória …” “... e com desconto?” “Não me diga que não consegue melhor que isso…” “Já agora veja lá que objectivas tem para esta máquina… não me engane, que há para aí um Photographo que sabe tudo sobre objectivas e diz que há uma qualquer que não presta para nada. Eu já não me lembro é qual!” “Aahh, filtros UV, pois. Muito importante…o melhor é dar-me já duas embalagens dessas.”
Enquanto isto, o PC brincava com todos os bébés que entravam pela loja dentro. E foram muitos. Cada mãe com pelo menos duas ou três crianças. Nunca o olhar delas encarou o do PC - nunca. “Filha, estou a ficar fartinho disto…” dizia-me ele entre dentes.

Entravam ali para tirar fotografias tipo passe, ou a acompanhar alguém com o mesmo propósito.

Estávamos em Brooklyn, num bairro de judeus ortodoxos, numa loja onde nos pediram para ir buscar uma objectiva XXXL…para fotografar casamentos (?).

Saímos dali com a XXXL casamenteira, a 400D do Basofe e mais uma panafernália de acessórios absolutamente essenciais à actividade fotográfica.

Duas horas depois, voltámos lá. Queríamos mais uma máquina. O senhor tão simpático e os preços francamente bons. Quisémos saber-lhe o nome. Joel, respondeu, ruborescido, mas sempre com um sorriso angelical a dar com os canudos do cabelo.

Com tudo pago e nos sacos, o PC despediu-se dele com um forte aperto de mão.

Imitei o gesto naturalmente. E fiquei com o braço estendido. O Joel apressou-se a levantar as mãos com as palmas viradas para mim enquanto recuava atrás do balcão. Fitámo-nos por uns segundos, até que ele disse : “não posso!” e sem pensar respondi “OK, compreendo.”.

Só que não compreendi nada. Ainda menos quando, ao sair, percebi que toda a gente na loja estava de olhos postos em nós. A ver como eu reagia, mas sobretudo como reagia o Joel.
("LADIES ENTRANCE" na porta da esquerda...)

De volta a Manhattan, um americano casado com uma judia não ortodoxa, explicou-me que o que eu tinha feito era assédio.

Um homem casado não pode nunca mais tocar numa mulher. A mulher simboliza a tentação, que se deve evitar a todo o custo. Estender-lhe a mão simbolizou oferecer-lhe a oportunidade de cair em tentação. E, pelo menos em público, ele nunca o poderia fazer.

As mulheres, a maioria com um ar sofrido e infeliz e todas abotoadas até ao queixo , existem para servir o marido e procriar. Antes de mais, procriar. Interagir com o PC em conversas de filhos estava, por isso, igualmente fora de questão. Só que a ele ninguém lhe disse “não posso”!!

Aprendi mais umas coisas.



P.S. Tenho fotos do Joel, que ele posou feliz para a máquina a pedido do PC, mas não ousei colocá-las aqui. Assediei, está assediado. Não pode, não pode…!





(Fotos de PC e Devaneante)

segunda-feira, outubro 01, 2007

PERDIÇÃO

Apesar de todos os esforços, foi impossível resistir.

"Não precisas de máquina nenhuma e essa objectiva não presta para nada..." dizia-me O Photographo, enquanto eu já só fazia contas ao dólar (tão baratinho) face ao euro.

É verdade que uma máquina nova não deveria estar no topo das minhas prioridades e que a objectiva não é grande coisa. Mas a máquina é muito interessante e foi uma boa compra.

O pior é que fico sem desculpas para mandar arranjar a outra (glup...!).