terça-feira, janeiro 30, 2007

SIM E NÃO

Terrível a mente humana! Tinha prometido a mim mesma que não falaria aqui deste assunto – é demasiado sério. E polémico. E para além disso, já é discutido em muitos e bem mais apropriados locais, como se exige a um assunto desta delicadeza.

Mas sendo este um espaço para devaneios, é nesse registo (e apenas nesse) que aqui o abordo.

Tenho ouvido muita gente manifestar publicamente a sua opinião sobre a despenalização à interrupção voluntária da gravidez até às 10 semanas. Por vezes com tal fervor que, nalguns casos, me ficou a dúvida sobre os verdadeiros motivos com que o faziam.

Não por se manifestarem fervorosamente, mas porque as razões evocadas para defenderem a sua posição, me pareceram pouco sentidas. Antes estrategicamente planeadas.

Não concordo com o aborto como método anticoncepcional. Mas concordo muito menos que morram mulheres vitimas de abortos clandestinos.

Esta não é para mim uma questão de sim ou não. É antes uma questão de sim e não. Porque não havendo verdades absolutas, os argumentos para um e outro são quase infindáveis, e igualmente válidos.

Seja qual for o resultado do referendo, espero sinceramente que as extremadas posições contribuam para uma séria e firme mudança de mentalidades.

Espero que a educação sexual (nas escolas e em casa) deixe de ser uma piada para ser antes uma saudável troca de conhecimentos e experiências .

Espero que o planeamento familiar deixe de ser uma especialidade longínqua da medicina, e de último recurso, e passe antes a ser uma especialidade de prevenção e de primeiro recurso.

Espero que (pelo menos) as mulheres que já fizeram um aborto, não sintam a necessidade de criticar publicamente outras que o tenham feito - porque há quem se sinta socialmente obrigada a fazê-lo.

Espero que acabem os abortos clandestinos, improvisados em marquises de mil usos.

Espero que não morra nem mais uma mulher por este motivo. Espero que por falta dos outros motivos não morra nem mais uma criança.

domingo, janeiro 28, 2007

SONHOS E PESADELOS

(Foto de Eugénio Recuenco)

Ultimamente, os sonhos trazem-me monstros. Acordo pensativa e confusa.

Quero ter sonhos bons. Daqueles que me levem a viajar para locais maravilhosos. Quero ver nos meus sonhos imagens belas - das que se vêem só em filmes de ficção. Imagens que não existem senão em mentes sãs.

Chegam-me ecos de vozes já idas. Leva a razão vozes que nunca chegaram a ouvir-se. Duvido, por vezes, da minha sanidade.

Ouço uma proposta doida, que muitos entenderiam como única. Talvez um dia a aceite. Hoje não me apetece.

É tarde. Vou dormir. Anseio por sonhos mais belos.

sexta-feira, janeiro 26, 2007

UM CÃO DO OUTRO MUNDO

(Foto de PC)

Esta foto foi tirada por mim sem a ajuda de ninguém, embora possa parecer o contrário não só pela qualidade da mesma, mas também pelo arrojo de me encontrar a tão pouca distância de tão perigoso animal.

Segundo me garantiu alguém próximo do cão, as dentuças que o animal apresenta, não só não é defeito como é feitio.

De facto, essa fonte assegurou-me que de uma raça especial de cães se trata este espécime.

Eu, que não percebo nada de cães, fui supreendido por tal afirmação, interrogando-me insistentemente se existirá realmente alguém acima de nós, e se essa entidade superior aos demais realmente teve mão na criação do mundo e nos seres que por cá habitam.
Custa a acreditar, não é ?

Ah, esta criatura habita na margem direita do Rio Douro, na bonita vila do Pinhão e a tal fonte, proxima de tal criatura, vende Vinho do Porto a copo nesse mesmo local. Terá o Vinho do Porto propriedades que desconhecemos, capazes de criar verdades onde elas não existem?

Cumprimentos aos leitores deste maravilhoso blog, os Devaneios seguem dentro de momentos.

PC

quarta-feira, janeiro 24, 2007

NOVOS TÉNIS DA NIKE

A pedido de vários "gaijos"...

segunda-feira, janeiro 22, 2007

A PRINCESA E A ERVILHA

(Foto de Eugénio Recuenco)

Quem não conhece a história da Princesa, que para provar a sua identidade foi obrigada a dormir sobre doze colchões, sob os quais, sem o seu conhecimento, fora mandada colocar uma ervilha?

Se desse por isso era uma princesa de verdade.

Se a ervilha sob os doze colchões a não incomodasse, era uma farsante.

No dia seguite ao acordar, a rainha pergunta-lhe se tinha dormido bem e ela responde que não, porque sentira uma pequena bolinha sob o seu colchão.

Por acaso, e só por acaso, ela passou no teste. Mas o que aconteceria se não tivesse passado?

Lembro-me de ouvir esta história em miúda (talvez com uns 10 anos) e pensar na sorte que a princesa teve com a ervilha, que devia ser muito dura – caso contrário, seria natural que se esborrachasse com todos aqueles colchões em cima.

Será mesmo verdade que uma princesa consegue distiguir uma pequena ervilha, nem que seja debaixo de doze colchões?

Devaneio sobre o que poderia ter acontecido, se por algum mero acaso, ela se tivesse enroscado para dormir no lado oposto do colchão…

Não há verdades absolutas, e quem acredita que sim, está simplesmente equivocado.

domingo, janeiro 21, 2007

PARABÉNS A’O PHOTOGRAPHO

O Photographo faz anos hoje. E todos os animais da selva lhe desejam os parabéns.

Mas como eu não sou de intrigas, não vou dizer quantos anos ele faz. Ele que diga, se quiser. Mas também não custa ir ao blog dele e perguntar-lhe directamente, não é?

Quem quiser também lhe pode perguntar como lhe correu o fim de semana, enquanto alguns de nós (desgraçadinhos coitadinhos), trabalhávamos desalmadamente.

Abreijos mil para ti A.

P.S. Para te envergonhar ainda mais, resta-me apenas dizer que ainda não vimos nem a cor das malaguetas! Porque será?

sexta-feira, janeiro 19, 2007

PROVOCAÇÕES



Parte 2 - A vingança



Parte 1

BLOGUES

Umas pessoas conseguem aceder a este blog. Outras não.

Eu consigo aceder a alguns blogs. A outros não.

Começo por escrever um comentário mas não consigo terminá-lo.
Coloco alguns posts, outros não.

Fiquem sabendo que fiz de tudo para perceber o que se passava, sem qualquer sucesso.

Se amanhã isto for uma salganhada de filmes, misturados com posts sem sentido e títulos perdidos, esqueçam.

É o que vou fazer.

19 de Janeiro de 2006
P.S. Não sei onde foram parar os posts que aqui fui colocando ontem à noite, nem os filmes que o "You Tube" confirmava que apareceriam no blog dentro de instantes. Disseram-me agora que o blogger tem destas coisas. De vez em quando passa-se um bocadinho e baralha tudo... e eu já a pensar que era uma conspiração qualquer para me calarem ...

quarta-feira, janeiro 17, 2007

A VIDA É A VIAGEM E NÃO O DESTINO

A maior parte das viagens faz-se pela promessa de um destino. Outras, pela obrigação que esse destino exige.

Há viagens que se fazem como parte de uma missão, nem sempre por nós planeada. Outras ainda, que se fazem apenas pelo prazer do percurso.

Não importa como olhamos para as viagens, elas são sempre parte da nossa história, revelando-se como a própria história.

Porque não somos tanto aquilo que conseguimos atingir, mas antes a soma de tudo o que fizemos para lá chegar.

Olho-me e penso que tenho feito curtas viagens. Intensas todas. Mas curtas!

(Porque agora tinha mesmo que ser…!)

terça-feira, janeiro 16, 2007

BABEL

Não sei bem porquê, mas hoje lembrei-me muitas vezes de “Babel”, o último filme que vi no cinema.

O argumento relembra-nos que uma acção tem sempre uma reacção. Mesmo quando a ignoramos.

Lembra-nos também que os elos mais fracos de uma cadeia são sempre os únicos que se partem, ou como dizia o meu pai “o pão do pobre cai sempre com a manteiga para baixo…”

Mas sobretudo, grita-nos que estamos todos ligados. E quase nunca temos consciência disso.

Vivemos nos nossos pedaços de quintal e cuidamos das nossas vidas como se fossemos únicos, dificilmente acreditando que aquilo que fazemos, pode afectar, de alguma forma, alguém do outro lado do mundo. Mas afecta.

Uma única palavra pode afectar uma vida inteira, jamais tendo sido proferida.

Ponderar sobre aquilo que se diz ou faz, antes de o dizer ou fazer, é prevenir a possibilidade de afectar os outros negativamente.

O filme confirma a teoria de que “o simples bater de asas de uma borboleta pode causar um terramoto do outro lado do mundo”.

Aconselhável a tanta gente . . .

segunda-feira, janeiro 15, 2007

LIBERTANGO

O meu amigo PC deixou cá em casa um disco do Astor Piazzolla que é mesmo daqueles que se podem deixar na aparelhagem e voltar a carregar no "play" quando chegam ao fim - “Libertango”.

Quando ele o trouxe e o ouvi pela primeira vez, disse-lhe que tinha uma música ou outra que eram um bocadinho “chinfrineira”. Hoje consegui ouvi-lo todo (é um disco duplo) em diferentes situações. Li, escrevi, jantei sem que tivesse voltado a sentir isso. Pelo contrário. Liguei-lhe a dizer que o tinha cá deixado e podia esquecer-se dele para sempre. Só que ele está para os discos como eu estou para as botas e para os sapatos, e desesperado perguntou “o quê . . . deixei-o aí???? Ele tem outros também muito bons. Eu arranjo-te outro também muito bom, mas esse tem que voltar. . .”

(Chuiff!!!!)

domingo, janeiro 14, 2007

AS PESSOAS UNEM-SE NAS FRAQUEZAS


Tenho-me questionado algumas vezes sobre os mecanismos que levam as pessoas a sentirem-se mais ou menos atraídas umas pelas outras, no momento em que se conhecem.

O que é que nos faz gostar mais de umas pessoas que de outras, quando pouco ou nada sabemos sobre elas?

O que explica que sintamos uma empatia imediata com umas pessoas e vontade de nunca mais voltar a ver outras? E passado o primeiro impacto, o que faz com que desenvolvamos o relacionamento com umas pessoas e não com outras?

E nós, o que fazemos para que nos vejam de uma ou de outra maneira? Porque é que atraímos umas pessoas e afastamos outras?

Um dia, ao conversar sobre relacionamentos com um amigo, ele disse-me com a naturalidade que só os homens têm quando falam sobre estes assuntos que “. . . as pessoas unem-se é nas fraquezas. Raramente se sentem atraídas por alguém que mostra apenas os seus pontos fortes – isso faz com que se sintam intimidadas!”

Tenho estado atenta aos relacionamentos que me rodeiam e não posso deixar de concordar com ele.

Mais facilmente duas pessoas criam laços afectivos quando expõem as suas fraquezas (nem sempre de forma consciente). E isso só acontece quando sentem que o outro é capaz de as aceitar.

Uma pessoa que só mostra pontos fortes é um desafio grande demais para a maioria, que tem medo de não conseguir estar à altura de toda essa força.

Ao escrever isto, estou já a lembrar-me de tantos outros aspectos da vida em que este raciocínio se aplica, que é forçoso terminar por aqui. Corro o risco de me envolver em devaneios interminavelmente deprimentes (ou deprimentemente intermináveis...).

sábado, janeiro 13, 2007

NA VOLTA DO CORREIO

Too Good


Ainda a propósito do meu post anterior, foi este o filme que recebi na volta do correio. Encontrei-o no You Tube.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

QUANDO UM GAJO ESTÁ EM BAIXO...

Quando o meu chefe hoje sentiu o cheiro a incenso que eu queimava no gabinete, sugeriu que aquilo fosse droga. A brincar, confirmei que sim, já que era a única maneira de ali conseguir permanecer.

Assim que ele saíu, mandei-lhe um e-mail com as seguintes imagens e com o título ”Não às drogas”:



Adorava mostrar-vos o filme que me chegou na volta do correio, mas não consigo colocá-lo aqui. Terei que pedir ajuda a alguém mais entendido. Mas basicamente era a história de um despedimento numa empresa composta por bebés.

Todos em fraldas, movimentam-se por entre gabinetes e computadores. O que é despedido sorri sempre. Chega à rua e vê o carro de brincar a ser rebocado. Ao entrar em casa as chaves caem por entre uma ranhura da madeira do chão. Deita-se numa rede no jardim e a rega automática começa a trabalhar molhando-o completamente. Desde o inicio ao fim, ele tem um sorriso nos lábios. Mas um dia de cão vadio!

Não é que eu seja alentejana, mas olhei para o meu chefe e disse-lhe que no Alentejo em alturas destas é costume dizer-se "quando um gajo está em baixo, até os cães lhe mijam para as pernas..." e diz-me ele: "Eu sei. Não se esqueça disso!"

quarta-feira, janeiro 10, 2007

TRAVELLING LIGHT

Obrigatório visitar o novíssimo espaço na blogosfera “Travelling Light” onde O Photographo vai passar a contar as suas histórias de viagens e não só.

Entre uma compra (Oops…) foto e outra. Sim, porque tendo ficado com umas malaguetas que me ofereceram, terá que ir às compras para cumprir o que foi obrigado a prometer - trazer malaguetas “à séria” da remota e Lusa India.

É claro que também não me vou importar se ele trouxer antes um chapéu, daqueles mesmo dificeis de conseguir (da Guarda Real, por exemplo!)

O A. merece que na sua vida haja sempre uma Luz a indicar-lhe o melhor caminho. Da minha parte faço o que posso, que para já, é indicar-vos o caminho até ele.

terça-feira, janeiro 09, 2007

METROSEXUALIDADE (Parte III)

Finalmente, as minhas preferências vão para os senhores que se seguem:

Será que é desta que podemos dar o assunto por encerrado?

METROSEXUALIDADE (Parte II)

Outros exemplos de metrosexuais (aqueles que cuidam da sua imagem, simplesmente porque gostam!!!!!)...















... em oposição àqueles que não cuidam da sua imagem (também porque simplesmente gostam de não cuidar!)

domingo, janeiro 07, 2007

METROSEXUALIDADE (Parte I)


Ora aqui está um belo exemplo dos beneficios da metrosexualidade. Parece-me que isto arruma de vez com o assunto, não é?

ENDROMINÁVEL HOMEM DAS GAJAS

Há pessoas que se deixam enganar mais facilmente do que outras. Por serem mais puras, mais inocentes ou por inúmeros outros motivos que nem vale a pena aqui listar, sob pena de se fugir ao tema principal.

Mas por todos esses factores, que geralmente se atribuem ao sexo feminino, há a convicção generalizada que os homens são os grandes endróminas. São sempre eles que inventam esquemas, mentiras e as mais variadas artimanhas para atingir os seus objectivos.

O homem de hoje continua a ser endrómina. Só que já não é o único. A mulher aprendeu com ele essa arte e, como sempre, refinou-a.

O mote para este devaneio surgiu de um caso real em que um homem acreditou em muitas mentiras que a mulher lhe contou, para não o perder.

E apesar de ter já percebido que algumas histórias não eram verdadeiras, continua a acreditar, sozinho, noutras tantas. Deixa-se endrominar pelas gajas todas . . . é o que é! É o endrominável homem das gajas.

Vendo bem, há tantos homens e mulheres por aí, que sem se aperceberem são também endromináveis homens e mulheres das gajas e dos gajos…

A moral da história é que se calhar ninguém é verdadeiramente enganado. As pessoas acreditam naquilo que escolhem acreditar. Por conveniência, por imaturidade, porque isso as faz crescer, por superior inteligência, por estupidez até.
Isto dito por uma pessoa que já foi endrominada muitas vezes, e que continua a acreditar nas mais variadas mentiras desde que provindas de alguém em quem confie. Mas que continua a entender, com enorme convicção, que só os estúpidos é que sabem tudo!

sábado, janeiro 06, 2007

AS APARÊNCIAS

twinkle twinkle little star

ou como as aparências podem realmente iludir. “Uuiii, essas, com caras de anjo . . . são as piores!”

sexta-feira, janeiro 05, 2007

CADA UM DÁ O QUE TEM

Toda a vida tenho entrado em guerras. Umas mais importantes do que outras, e mais decisivas. Outras mais fúteis e travadas apenas pelo prazer da batalha – que infelizmente ainda sinto algumas vezes.

Mas neste momento, atravesso uma fase na minha vida que convida à paz. E a grande batalha que travo é comigo mesma.

O meu desafio maior é, hoje, o distanciamento. A capacidade de me distanciar dos outros, sem por isso os perder de vista, mas sobretudo, sem deixar de os amar, independentemente das suas acções.

Vou contar-vos uma história a este propósito: no dia dos meus anos deixei os cafés pagos no refeitório do escritório, como é habitual fazer. No dia seguinte, ao pedir a conta, quis certificar-me que toda a gente tinha tomado café.

A senhora do refeitório, mudando de semblante, respondeu-me que tinha havido uma pessoa que não tinha aceite o café. “Fez questão em pagar” disse-me ela, com nova cor nas faces…

Eu respirei fundo e respondi-lhe, olhando-a nos olhos, que cada um dá o que tem.

Eu dei o que tinha ao pagar todos os cafés do dia, e a pessoa em questão deu o que tinha ao recusar um gesto de boa vontade.
Há uns tempos atrás, não muitos, este episódio teria sido suficiente para que eu tivesse entrado numa guerra aberta com essa pessoa, sem medir consequências ou ponderado alternativas mais pacíficas.

Hoje, lembro-me com frequência de uma frase do Gandhi que diz: “Não há caminhos para a Paz. A Paz é o caminho.”

E foi com muita paz que voltei a falar com essa pessoa. Afinal, quem teve que dormir com uma má acção não fui eu…

quarta-feira, janeiro 03, 2007

JUNTO AO MAR

Não fiz nada do que tinha planeado.

Fui antes fazer uma caminhada para a praia que me soube mesmo bem.

Hoje, a par com os surfistas que coloriam as àguas de Carcavelos, dezenas de cães brincavam na areia. Alguns, seguros nas trelas pelos donos, olhavam tristemente para os que corriam em liberdade. Outros, sem trela, escondiam-se atrás dos donos em busca de abrigo de cada vez que se aproximava outro cão, esbaforido com a loucura de correr na areia.

Uma rapariga com "headphones" nos ouvidos dançava, sem sair do mesmo sitio, para um cãozito minúsculo que a olhava fixamente, parecendo tentar encontrar algum sentido naqueles movimentos. Talvez pensasse que merecia outra vida, que ela o olhasse de frente e lhe retribuísse a atenção. Não sei se isso aconteceu, porque na caminhada não se pode parar a meio, e eu segui o meu caminho sem olhar para trás.

E fotógrafos. Também lá estavam muitos fotógrafos. Dos "a sério" e dos "a brincar". Fotografavam tudo e todos. Uns com maior discrição que outros, claro. Mas a luz do dia foi hoje muito bem aproveitada naquela praia.

De repente já não estava ali. Perdi-me em pensamentos que as ondas traziam e levavam e entrei no seu ritmo de respiração.

Um surfista por quem acabara de passar chamou-me pelo nome e trouxe-me de volta para a caminhada junto ao mar.

E eu cumprimentei-o tão naturalmente quanto ele o fez, mas não consegui lembrar-me do seu nome. Só que o conheço há tantos anos que não podia dizer-lhe isso.

E só me saíu "...ainda fazes surf?" "claro!! até morrer." "bom ano para ti" "bom ano miúda". Segui até à rocha mais próxima para descansar e fiquei ali a tentar lembrar-me do nome enquanto ele se divertia dentro de àgua.

Lembrei-me agora da alcunha que ele tinha quando o conheci, mas isso já foi há alguns 300 anos atrás - e não arrisco repeti-la. Continuo às voltas com o nome. E isso geralmente tira-me o sono...

terça-feira, janeiro 02, 2007

ENCERRADO PARA BALANÇO

Dia 1 de Janeiro de qualquer ano é dia de balanço, mas na minha familia é também dia de almoço conjunto, e para mim um dos dias favoritos do ano inteiro.

A seguir ao almoço (geralmente servido muito tarde) joga-se sempre loto, a dinheiro, e toda a gente traz consigo um mealheiro com as moedas que sobraram do ano anterior, ou que se foram juntando ao longo do ano.

Hoje fui eu a primeira a ganhar e fiquei tão contente que decidi não ir trabalhar amanhã, dia 2. Parece-me um bom augúrio que o dinheiro tivesse vindo directamente na minha direcção.

Para além disso, tenho imensas coisas para organizar em casa (volte D.Graça que está perdoada - o aspirador também não foi assim tão caro . . . bem feitas as contas só me levou dois anos a pagar! O que comparado com a sua ausência é muito perto de nada!).

E depois, preciso de colocar numa lista o que correu bem e o que correu menos bem em 2006. E tentar perceber porquê.

A seguir, preparar uma lista daquilo que pretendo realizar em 2007 e elaborar a melhor estratégia para lá chegar.

Pois . . . são coisas a mais para ainda ter que trabalhar ao mesmo tempo.

Decididamente, amanhã o dia é meu!